Fisioterapia na Escoliose Vertebral

 


Mais comum do que se imagina em consultórios e clínicas espalhadas pelo mundo, a escoliose pode ser definida como uma alteração tridimensional da coluna vertebral, em que ocorre uma alteração das curvaturas fisiológicas da coluna e um desvio lateral é observado. A alteração é caracterizada por presença de desvio lateral no plano frontal e lordose no plano sagital, associada ou não à rotação dos corpos vertebrais no plano transverso. Pode se localizar na região cervical (menos comum), torácica, lombar ou ainda ocupar essas duas últimas, sendo considerada tóraco-lombar. A nomenclatura é realizada de acordo com a convexidade e o posicionamento da curvatura.


Tipos de escoliose

Congênita: é a escoliose resultante de uma má formação na coluna vertebral, presente desde o nascimento.

Neuromuscular: é a alteração da coluna vertebral a partir de uma ativação muscular ou nervosa anormal. Este tipo de escoliose é frequentemente observado em pessoas com paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida ou outras complicações neurológicas. Em decorrência da fraqueza muscular em estabilizadores de coluna, geralmente a coluna desses pacientes forma uma grande curva em formato de "C".

Idiopática: é aquela que ocorre sem uma causa conhecida. Existem algumas teorias que afirmam que a escoliose é frequente entre membros de uma família, o que sugere fortemente que ela tenha associação com um componente genético. Outra teoria é a de que as alterações posturais são tão significantes que causam anomalias nas fibras musculares e resultam em alterações morfológicas. Ela é subdividida de acordo com a faixa etária de acometimento:

Escoliose idiopática infantil: acomete crianças menores de três anos;
Escoliose idiopática juvenil: acomete crianças de três a nove anos;
Escoliose idiopática do adolescente: acomete crianças de nove a 18 anos;
Escoliose idiopática do adulto: acomete maiores de 18 anos;

As causas

A grande maioria dos casos de escoliose é idiopática, ou seja, não é possível determinar ao certo qual a sua causa.

Mas dentre os casos em que a determinação da causa é possível, as principais causas podem ser:

Alterações ósseas, musculares ou neurológicas do organismo;
Postura inadequada, frequente e por tempo prolongado;
Obesidade;
Tumores;
Atividade física realizada de maneira inadequada;
Sedentarismo;
Tabagismo.

A Fisioterapia

A fisioterapia é recomendada como a primeira opção de tratamento para pequenas curvas, com a finalidade de impedir sua progressão. Os principais objetivos do tratamento fisioterapêutico são proporcionar o alongamento das cadeias musculares, aumentar a flexibilidade e mobilidade da coluna e melhorar o padrão postural do paciente.

Entre os métodos fisioterapêuticos para o tratamento da escoliose além da cinesioterapia básica, destacam-se a reeducação postural global, o isostretching, o pilates, a estimulação elétrica dos músculos e o método Klapp.

A RPG é indicada para pacientes que possuem menos de 40°, avaliados pelo ângulo de Cobb. É um método que consiste na reabilitação postural, por meio do reequilíbrio muscular. São utilizadas posturas estáticas em que são realizados processos respiratórios; desenvolvimento de equilíbrio e consciência corporal; realinhamento corporal e reposicionamento de vértebras.

O isostretching é definido como uma ginástica postural, pois seus exercícios são executados buscando o alinhamento adequado da coluna vertebral. Algumas posturas são realizadas e sustentadas em isometria por alguns segundos, de acordo com o tempo de uma longa expiração, favorecendo também a melhora da capacidade respiratória. O método trabalha a musculatura profunda de estabilização, diminui o enrijecimento muscular, melhora a qualidade do movimento, corrige a postura e desenvolve a consciência do posicionamento adequado da coluna.

O método Pilates é um método de condicionamento físico, em que a resistência é aplicada por meio da gravidade e do uso de molas. O método determina que seus exercícios sejam realizados mantendo a posição neutra da coluna vertebral, minimizando o recrutamento muscular desnecessário, prevenindo a fadiga precoce e promovendo a estabilidade da musculatura corporal.

Tem como objetivo principal proporcionar o alongamento e o fortalecimento do corpo de forma global, melhorar a respiração, melhorar a saúde mental, desenvolver a consciência e o equilíbrio corporal e melhorar a coordenação motora, sendo amplamente recomendado no processo de reabilitação postural. Os principais músculos trabalhados são os abdominais, glúteos e paravertebrais lombares, que possuem a função de realizar a estabilização estática e dinâmica do corpo, sendo o conjunto denominado como powerhouse (ou centro de força).

A técnica do método Klapp, utilizada por fisioterapeutas, traz grandes benefícios para o tratamento da escoliose. Ele tem a vantagem de restabelecer novamente a funcionalidade e flexibilidade normais da coluna em todas as dimensões, tanto na estrutura articular da vertebra como muscular, reorganizando-se e promovendo uma modelagem estrutural de forma superficial e eficiente na sua correção. O método Klapp tem uma visão global ao indivíduo, corrigindo todas as compensações provocadas pela escoliose, fixando uma nova consciência do esquema corporal normal redirecionando para a normalidade aliviando e eliminando dores eficácias.

Em qualquer processo de reabilitação da coluna vertebral o profissional deve ter cuidado com o grau da lesão e a intensidade dos sintomas. Todos os exercícios devem ser orientados em relação à postura adequada, o momento correto para a realização da respiração e a amplitude de movimento máxima permitida.

O fisioterapeuta deve estar sempre alerta em relação a compensações, principalmente de quadris e ombros, a fim de evitar sobrecarga da musculatura. Outro fator importante é o alinhamento postural, que também deve ser o foco principal do fisioterapeuta no processo de reabilitação.

Além disso, a presença de outras patologias deve ser observada, como presença de osteoporose ou artrose, por exemplo. Algumas vezes os pacientes chegam com outras queixas e a escoliose acaba sendo descoberta no decorrer do tratamento pelo olhar clínico do avaliador, tendo o fisioterapeuta que em suas condutas organizar exercícios para o tratamento das duas alterações, sem que uma interfira no progresso da outra.

Tratamento da Escoliose através de Terapia Manual e Reeducação Postural

O tratamento cirúrgico só deve ser uma opção em casos em que o tratamento conservador não foi efetivo e em pacientes adultos, com curvaturas superiores a 50 º, associados a outros sintomas como dor forte e comprometimento de outros órgãos, como o pulmão.

Até a próxima!


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Fisioterapia na Escoliose Vertebral Fisioterapia na Escoliose Vertebral Revisado por Editoria on agosto 16, 2021 Rating: 5

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