Patologias do Ombro: Como Fazer um Diagnóstico Fisioterapêutico Preciso



 

O ombro é uma das articulações mais complexas e móveis do corpo humano, formado por uma interação delicada entre ossos, músculos, ligamentos, tendões e bursas. Essa complexidade, embora permita uma ampla amplitude de movimento, também torna o ombro suscetível a diversas patologias que afetam a qualidade de vida do paciente, especialmente dores, limitações funcionais e incapacidade para atividades diárias e laborais.

Para o fisioterapeuta, a realização de um diagnóstico preciso é fundamental para orientar um tratamento eficaz e personalizado. No entanto, o desafio está na grande variedade de condições que podem acometer essa articulação, incluindo desde síndromes dolorosas simples até lesões estruturais complexas. Neste texto, aprofundamos os principais aspectos para que você conduza uma avaliação fisioterapêutica criteriosa e consiga identificar corretamente as patologias do ombro.

Entendendo a Anatomia e Biomecânica do Ombro

Antes de qualquer avaliação, é imprescindível que o profissional domine a anatomia funcional do ombro, que envolve:

  • Articulação Glenoumeral: Principal articulação móvel, onde ocorre a maior parte dos movimentos do braço.

  • Articulação Acromioclavicular: Pequena articulação que contribui para a elevação do braço.

  • Escápula: Importante para a estabilidade e movimento adequado do ombro.

  • Manguito Rotador: Grupo muscular essencial para estabilização dinâmica da articulação.

  • Bursas: Estruturas que reduzem o atrito entre os tecidos, podendo inflamar-se e causar bursite.

Compreender a biomecânica e a função integrada dessas estruturas permite interpretar melhor os sinais e sintomas apresentados pelo paciente.

Passos para uma Avaliação Completa

1. Anamnese Detalhada

A entrevista inicial deve ir além da descrição da dor. É preciso identificar:

  • Início, duração e características da dor (aguda, crônica, progressiva)

  • Atividades que pioram ou aliviam os sintomas

  • História de traumas, cirurgias ou doenças sistêmicas

  • Limitações funcionais específicas (vestir, pentear cabelo, levantar objetos)

  • Uso de medicamentos ou tratamentos prévios

Essa etapa é crucial para traçar hipóteses diagnósticas e orientar a avaliação física.

2. Inspeção e Palpação

Observação da postura, alinhamento, presença de atrofias musculares e assimetrias. Palpação para identificar pontos dolorosos, edema ou crepitações.

3. Avaliação da Amplitude de Movimento (ADM)

Medir movimentos ativos e passivos em todas as direções: flexão, extensão, abdução, adução, rotações interna e externa. Diferenças entre ADM ativa e passiva podem indicar limitações musculares ou articulares.

4. Testes Específicos

Utilizar testes clínicos validados para identificar lesões e patologias comuns:

  • Teste de Jobe (Empty Can): Avalia o tendão do supraespinhal.

  • Teste de Hawkins-Kennedy: Detecta impacto subacromial.

  • Teste de Neer: Também para impacto subacromial.

  • Teste de Patte: Avalia o tendão do infraespinhal.

  • Teste de Apreensão: Indica instabilidade articular.

  • Teste de Speed: Para lesão do tendão do bíceps.

A interpretação combinada desses testes ajuda a diferenciar entre tendinites, bursites, lesões do manguito rotador, instabilidades e outras condições.

5. Avaliação da Força Muscular

Testes manuais para mensurar a força dos músculos do ombro e da escápula, identificando fraquezas que podem estar associadas à patologia ou compensações.

6. Avaliação Funcional

Aplicar questionários padronizados, como o DASH (Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand), para quantificar o impacto da patologia na funcionalidade do paciente.

Principais Patologias e Sinais Distintivos

  • Tendinopatia do Manguito Rotador: Dor na face lateral do ombro, agravada por movimentos acima da cabeça, com testes positivos para impacto.

  • Capsulite Adesiva (Ombro Congelado): Rigidez progressiva, dor intensa e limitação tanto ativa quanto passiva da ADM.

  • Bursite Subacromial: Dor localizada, especialmente ao deitar sobre o ombro e durante a elevação do braço.

  • Lesão do Labrum: Instabilidade, sensação de "clique" e dor na articulação.

  • Instabilidade do Ombro: Episódios de deslocamento ou sensação de “ombro saindo do lugar”.

  • Artrite Glenoumeral: Dor crônica, crepitação e perda gradual da mobilidade.

Integração com Exames Complementares

Embora a fisioterapia seja uma área clínica, o entendimento e a integração dos achados com exames como radiografia, ultrassonografia e ressonância magnética são essenciais para confirmar diagnósticos e planejar intervenções.

Conclusão

O diagnóstico fisioterapêutico preciso das patologias do ombro depende de uma avaliação clínica detalhada, conhecimento anatômico e biomecânico aprofundado, além da aplicação de testes específicos e ferramentas de avaliação funcional. Com isso, o fisioterapeuta pode estruturar planos de tratamento mais efetivos, reduzindo o tempo de recuperação e melhorando a qualidade de vida do paciente.

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