O manguito rotador é um grupo muscular fundamental para a estabilidade e funcionalidade do ombro, formado pelos tendões dos músculos supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular. Lesões nessa região são comuns, especialmente em pacientes que realizam movimentos repetitivos acima da cabeça, atletas e idosos, e podem causar dor intensa, perda de força e limitação significativa da amplitude de movimento.
Para o fisioterapeuta, conduzir uma reabilitação eficiente do manguito rotador requer conhecimento profundo da anatomia, biomecânica e fisiopatologia das lesões, além da aplicação de um protocolo progressivo e baseado em evidências científicas para otimizar a recuperação funcional.
Avaliação Inicial Detalhada
Antes de iniciar a reabilitação, é essencial realizar uma avaliação minuciosa para entender a extensão da lesão e definir objetivos claros:
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Histórico clínico: duração e intensidade da dor, histórico de trauma, atividades que agravam os sintomas.
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Inspeção e palpação: identificar pontos dolorosos, atrofia muscular e postura compensatória.
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Testes específicos: como o teste de Jobe, teste de Hawkins-Kennedy e teste de elevação lateral para avaliar o impacto e integridade dos tendões.
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Avaliação da amplitude de movimento (ADM): ativa e passiva, para detectar limitações e compensações.
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Força muscular: avaliação manual ou com dinamômetro para mensurar déficits.
Estruturação do Plano de Reabilitação
1. Controle da dor e inflamação
Nas fases iniciais, o objetivo é reduzir a dor e o processo inflamatório. Técnicas como crioterapia, eletroterapia (TENS) e repouso relativo são indicadas, evitando movimentos que agravem o quadro.
2. Recuperação da mobilidade
Conforme a dor diminui, inicia-se a mobilização articular passiva e ativa-assistida, respeitando os limites do paciente. Exercícios para melhorar a flexibilidade da cápsula articular e dos músculos periarticulares são fundamentais para prevenir rigidez.
3. Fortalecimento progressivo
Após recuperação da mobilidade, o fortalecimento muscular é iniciado de forma gradual, priorizando os músculos do manguito rotador para restabelecer a estabilidade dinâmica do ombro. Exercícios isométricos e isotônicos, com progressão de carga, são indicados.
4. Treino funcional e propriocepção
No estágio final, são incorporados exercícios que simulam as demandas funcionais e esportivas do paciente, focando na coordenação, controle neuromuscular e resistência muscular.
Cuidados e Considerações Importantes
A progressão deve ser individualizada e monitorada constantemente para evitar sobrecarga ou recidiva. A comunicação com o paciente sobre a importância da adesão ao tratamento domiciliar e das modificações ergonômicas também é crucial para o sucesso da reabilitação.
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